Trigo

 

“A minha torradinha de pão integral com margarina vegetal é excelente para a minha dieta!” Será mesmo?!

Querem outro alimento controverso?! Eis o senhor Trigo, o trigo moderno, o trigo anão desenvolvido a partir da pesquisa iniciada pelo Centro Internacional de Desenvolvimento de Milho e Trigo na década de 1940, no México, e pelo seu investigador Dr. Norman Borlaug. Estas investigações de hibridização (cruzamento de várias espécies de trigo) vieram criar diferentes variedades de trigo de alto rendimento, mais resistentes a pragas e a climas menos favoráveis ao seu crescimento, diminuindo então a carência de alimentos em regiões do mundo antigamente devastadas pela fome. O Dr. Borlaug até veio a ser laureado com o Prémio Nobel da Paz em 1970, além de outros galardões. Mas será que este trigo veio ser a salvação da Humanidade contra a fome?!

Já há registos com mais de 12 mil anos em que o trigo já fazia parte da alimentação dos humanos, e desde então tem passado por todas as culturas e impérios da história. Mas desde a modesta Espelta silvestre (Triticum spelta) que era cultivada nos primórdios da agricultura, passando pelo Farro (Triticum turgidum) que se cruzou naturalmente com o Triticum tauschii dando ao Trigo mais recente, o Triticum aestivum. Contudo, os trigos utilizados hoje em dia na indústria alimentar ainda resulta de cruzamentos deste trigo com outras espécies, criadas artificialmente pelas investigações do fim do século passado. Hoje em dia utiliza-se o Triticum durum para massas e o Triticum compactum para outros produtos alimentares (bolos, bolachas, etc.).

A Espelta tinha 14 genes, ao passo que o trigo moderno tem 42 genes. Esta carga genética a mais criou um trigo mais rico em hidratos de carbono, mas também com cadeias de proteína maiores, com quantidades de glúten superiores (hoje em dia já se sabe os graves problemas que o glúten provoca, mas isso será assunto para outra publicação). Além disso, o trigo atual, se não for devidamente adubado não consegue crescer naturalmente.

O trigo é composto por 70% de hidratos de carbono, e principalmente por um hidrato composto que se chama Amilopectina A, que assim que entra no nosso organismo é rapidamente transformado em glicose, elevando o valor da insulina de forma abrupta. É um dos alimentos que tem um Índice Glicémico (IG) mais elevado, ou seja, faz uma subida de insulina muito rápida e elevada. E esta subida de insulina depressa aparece, mas é de curta duração, após duas horas cai a pique, levando a uma sensação de fome mais rápida quando temos uma refeição essencialmente à base de trigo. E isto é válido para o trigo refinado ou para o trigo integral, ou seja, o pão branco ou o pão integral é praticamente igual. Daí ser desaconselhado o consumo de trigo aos diabéticos, contrariamente às atuais recomendações médicas.

Além do mais, o trigo é viciante. Quando é digerido, formam-se determinadas substancias que conseguem passar a barreira hemato-encefálica, uma barreira que protege o nosso cérebro contra substâncias nocivas ou tóxicas, e que se vão ligar aos mesmos receptores da morfina e dos opiáceos, causando o mesmo vício.

Em alguns estudos em hospitais psiquiátricos, pacientes com esquizofrenia a quem foram retirados os alimentos com trigo e outros cereais, melhoraram bastante, e voltaram a piorar após a reintrodução. Situação semelhante em crianças autistas e em outras perturbações do foro neurológico. Há mesmo um neurologista americano, o Dr. David Perlmutter, tem conseguido resultados excelentes no tratamento da Doença de Alzheimer com a modificação da alimentação nos seus pacientes, principalmente pela supressão do Trigo da alimentação, com os pacientes a readquirirem as suas capacidades cognitivas.

Para o intestino, o trigo é extremamente inflamatório, causando irritação da mucosa intestinal, agravando a maior parte das doenças intestinais (Doença de Crohn, Colite Ulcerosa, etc.). Essa inflamação irá refletir-se igualmente no resto do organismo.

A consumir algum tipo de cereal, podemos optar pela Espelta ou pelo Trigo-sarraceno, felizmente já disponíveis na maior parte das superfícies comerciais.

Então, ainda acha que a torradinha com a margarina vegetal (essa será também para outra publicação) é boa para a sua dieta?!

 

Sejam saudáveis e realizados!

Filipe Rocha

O Leite

Vamos lá falar de um alimento controverso, completamente posto de parte por muitas pessoas, adorado por outras. Um médico francês, o Dr. Henri Joyeux, até diz que começa a aparecer uma corrente de “lactoolicos”, os viciados no leite.

O melhor alimento que alguma vez poderemos ter na vida será o leite materno, daí a urgência, e quase obrigatoriedade, das mães amamentarem os bebés exclusivamente de leite materno até aos 6 meses. A partir daí até ao primeiro ano de vida seria o leite mais algumas sopas de legumes (ricas em fibras e minerais, como o tão desejado cálcio) e algumas papas ou sumos de frutos (que irão fornecer mais fibras e vitaminas).

Já há cerca de 3/4 anos que Universidade de Harvard retirou da dieta do adulto o leite e derivados, e há uma corrente de pediatras, cada vez maior, que também desaconselha o leite na alimentação dos bebés e crianças.

Toda a fêmea mamífera tem leite quando tem uma cria, e isto aplica-se às vacas que apenas têm leite enquanto amamentam o vitelo, e em liberdade, após o desmame, deixa de produzir leite. Hoje em dia, as vacas “leiteiras”, se for necessário por fins económicos, dá leite anos seguidos. É aproveitada logo após o parto, e ligada às máquinas de extracção do leite horas seguidas, e poucos meses após o parto, é fecundada novamente para se manter uma produção constante de leite.

Ora, a vaca por natureza não tem de produzir leite anos seguidos, pelo que a constante estimulação da glândula mamária provoca mastites (inflamações na mama), que por sua vez têm de ser tratadas com antibióticos (que passam para o leite). Além disso, o leite da vaca está carregado de hormonas, e principalmente dos chamados Fatores de Crescimento (GF – Growth Factor).

Estes Fatores de Crescimento são essenciais nos nossos primeiros anos de vida, mas não precisamos dos da vaca para nós. O leitei materno já nos fornece grande parte, e o nosso próprio organismo produz mais.

Em grande parte dos cancros hormono-dependentes (da mama, próstata, ovários, etc), estes Fatores de Crescimento só os vão alimentar, fazendo com que cresçam mais.

Grande parte das crianças já nasce com intolerância à lactose (o açúcar do leite), e os não nascem com essa intolerância por terem as bactérias intestinais necessárias para decomporem a lactose, vão perdendo essas bactérias ao longo da vida. Já se perguntou porque é que se sente inchado/a ou a digestão é mais lenta quando bebe leite? Pois essa é a razão, já não tem as bactérias necessárias para o digerir e o leite fica a fermentar no intestino provocando gases!

AH! E o cálcio?! Vou ficar com osteoporose!

Nada disso! Ainda vai ficar melhor! Já falei de um: os Brócolos. Mas a lista é imensa. Principalmente os vegetais de folha verde escura (as couves são excelentes), tofu, salmão e outros peixes gordos, amêndoas, soja, leguminosas… E pode-se até fazer uma suplementação com cálcio de coral, que já vem naturalmente enriquecido com oligoelementos (como o iodo) que promovem uma melhor absorção e fixação do cálcio.

O leite como sendo alergénio, vai causar inflamação no nosso organismo, pelo que pouco cálcio é absorvido, e o que é absorvido para a corrente sanguínea, fica quase todo nos rins e é eliminado na urina (isto quando não forma as “pedras” nos rins).

Vai um copinho de leite, ou nem por isso?!

 

Sejam saudáveis e realizados!

Filipe Rocha

Epigenética

“A minha avó e a minha mãe tiveram cancro da mama, o mais certo é que eu também venha a ter…” Este cada vez mais é um pensamento comum a várias mulheres.

Não só no cancro da mama, mas como noutros tipos de cancro, a “herança genética” é muitas vezes culpada pela maior parte das doenças mais graves, e mesmo de outras patologias crónicas.

Só porque o pai tem uma rinite alérgica, não implica que o filho também venha a ter a mesma condição.

Com o desenvolvimento da investigação científica, veio a descobrir-se que os nossos genes têm informação para tudo o que nos pode tornar doentes, mas têm igualmente a informação para nos tornar um ser humano saudável em sem qualquer problema de saúde.

Sabe-se hoje em dia que a nossa alimentação e o estilo de vida influência quase todos os problemas de saúde que possamos vir a desenvolver, pelo que quanto mais cedo tomarmos consciência do que podemos modificar e melhorar na nossa vida, mais depressa conseguimos atingir um estado pleno de saúde.

Há determinadas doenças, que só com uma pena mudança alimentar têm melhoras significativas.

Nós podemos controlar a evolução de praticamente todas as patologias.

Sim, é possível melhorar uma Psoríase e eliminar todas as lesões que aparecem na pele.

Sim, é possível travar a evolução de uma artrite reumatoide e toda a sua sintomatologia dolorosa e de deformação articular.

Sim, é possível evitar a diabetes e retomar a valores normais de glicose no sangue, mesmo tendo um historial familiar que indique o contrário.

Sim, é possível ser saudável! Nos temos o livro genético completo, o bom e o mau, mas podemos escolher quais as páginas e capítulos que vamos ler durante a nossa vida! Isto é possível com mudanças alimentares, com um novo estilo de vida, com determinados suplementos, e principalmente, com uma nova motivação!

Vamos todos ler as partes boas da nossa maravilhosa herança genética?!

Sejam saudáveis e realizados!
Filipe Rocha

Goji

Goji
Lycium Barbarum

Sendo uma planta originária do Tibete e do interior da Mongólia, as bagas de Goji já há mais de 3000 anos que vêm sendo utilizadas como terapêuticas, e há registos escritos com mais de 2000 anos numa “ Materia Medica” chinesa.

A grande produção de Goji é na China, principalmente na região de Ningxia junto ao rio Amarelo. Mas já há produções no Médio Oriente e na América do Norte, bem como na Grã-Bretanha.

É rica em aminoácidos, muitos deles essenciais para o nosso organismo, além de antioxidantes (muito rica em betacaroteno), minerais e vitaminas do complexo B.

Tradicionalmente, o Goji tem sido utilizado para inflamações, problemas de pele e até dores passageiras e crónicas. Na Medicina Chinesa recomenda-se para a longevidade, para melhorar o fígado, uma visão aguçada e até mesmo para o aumento de esperma.

Estudos mais recentes têm demonstrado a eficácia do Goji em vários pontos:

– reduz o colesterol e os triglicéridos, aumentando o HDL (“bom colesterol”)
– reduz a glucose no sangue, sendo recomendada a diabéticos para melhorarem a sua sensibilidade à insulina
– estimula a apoptose (a morte) das células cancerígenas no fígado, e evita também que estas se espalhem a outros órgãos
– na leucemia também mostrou resultados positivos, potenciando mesmo o efeito da radioterapia

As bagas secas podem ser comidas assim, junto de outros frutos secos ou oleaginosos, bem como misturadas em batidos e sumos de frutas. Podem também ser demolhadas ou fervidas e bebe-se essa infusão.

Já provaram esta preciosidade?!

Sejam saudáveis e realizados!
Filipe Rocha

Os Brócolos

Os Brócolos
Brassica oleracea Italica

Já com uma história de mais de 2000 anos, os brócolos pertencem à família das crucíferas, onde se encontram também couves-de-bruxelas, couve-galega, repolhos, etc. Actualmente são produzidos por todo o mundo.

Os brócolos são ricos em vitamina C e A, além de serem uma fonte excelente de ácido fólico, cálcio e crómio.

São igualmente ricos em outros compostos anti cancerígenos e antioxidantes, sendo os rebentos de brócolos os mais ricos.

Tal como o repolho e as couves-de-bruxelas, os brócolos são ricos em indole-3-carbinol (I3C), que é um composto reconhecido por prevenir diversos tipos de cancro, como o da mama e da próstata, e igualmente por inibir a reprodução do vírus do herpes. Este I3C revelou igualmente resultados na inibição do crescimento das células do cancro da tiróide.

Em pessoas com úlceras no estômago e com a bactéria H. Pylori resistente a alguns antibióticos, os compostos sulfurosos dos brócolos têm revelado uma excelente eficácia na redução sintomática destes problemas.
Na saúde cardiovascular, os brócolos têm igualmente demonstrado uma redução dos níveis de LDL (o “mau” colesterol).

Por isso, vamos então comer brócolos, de preferência salteados ou cozidos ao vapor para manter as suas vitaminas!

Sejam saudáveis e realizados!
Filipe Rocha