Arquivo mensal: Outubro 2015

A Abóbora

Cucurbita maxima

 

E como estamos na época festiva “importada” do Halloween, vamos falar da senhora da festa: a Abóbora!

Já se conta mais de 7500 anos de utilização da Abóbora, já que no México foram encontradas sementes datadas desta altura.

A Abóbora é uma fonte rica de fibras, potássio, selénio, vitamina A, luteína, entre outras vitaminas.

As sementes são as que têm mais valor terapêutico, pois são ricas em Ómega 3 e fitoesteróis, daí serem utilizadas em diversas patologias:

  • na HBP (Hiperplasia Benigna da Próstata) as semente ajudam a reduzir o seu tamanho. Ajudam igualmente a reduzir o risco de cancro da próstata;
  • em estudos efetuados no Japão, a Abóbora demonstrou igualmente ser eficaz na redução do risco de cancro na mama, pulmão e colorretal;
  • igualmente no Japão foi comprovado que as sementes de Abóbora ajudam a controlar os níveis de glicémia no sague, ajudando na diabetes;
  • também já mostraram resultados em casos de hipertensão e de asma.

 

Em sopa, em tartes, em bolos (sem farinha de trigo!), comendo as sementes secas ou simplesmente assada no forno, a Abóbora é versátil e deve ser consumida à vontade!

 

Sejam saudáveis e realizados!

Filipe Rocha

Esclerose Múltipla

 

Hoje em dia já muitas pessoas ouviram falar de Esclerose, mas há 2 que se diferenciam mais: a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e a Esclerose Múltipla (EM). Esta última é o tema desta publicação.

A EM faz parte das mais variadas Doenças Autoimunes, tal como a ELA, mas também a Artrite Reumatóide, a Psoríase, Lúpus, entre outras. Além de ser uma doença autoimune, é uma doença degenerativa e inflamatória do sistema nervoso.

De forma simples, uma doença autoimune acontece quando o próprio organismo se agride a ele próprio, provocando lesões nos mais variados tecidos (articulações na Artrite Reumatóide, a pele na Psoríase). No caso da EM, o sistema imunitário da pessoa agride a bainha de mielina, uma camada lipídica que reveste o axónio (o “braço” mais comprido do neurónio), e permite que a informação passe pelo neurónio de forma mais rápida e eficaz.

neurónio1

Esta destruição da bainha de mielina pode dar-se em vários locais, desde o cérebro, ao nervo óptico, na espinal medula, e conforme a localização, irá produzir os mais variados sintomas. Daí que seja uma doença de difícil diagnóstico, e frequentemente o paciente anda a “saltar” de especialidade em especialidade até chegar à neurologia, e só pela soma dos mais variados exames (ressonância magnética, potenciais evocados, punção lombar) é que se consegue chegar a uma conclusão.

A sua origem ainda é desconhecida, mas a sua predominância é maior quanto mais afastados da linha do equador estamos, ou seja, quanto menos luz do sol há. Daí que uma das suspeitas seja a carência da vitamina D, mas ainda não foi confirmada esta hipótese.

Dentro da EM há vários tipos, sendo a mais frequente a surto-remissão, ou seja, há uma crise chamada de surto em que há um ataque do sistema imunitário à bainha de mielina, causando vários sintomas, podendo ir desde fadiga extrema, falta de força, ataxia (falta de coordenação), alterações na visão e/ou audição, dormências no corpo, etc. Quando o paciente tem um surto, há que fazer um tratamento durante 3 ou 5 dias seguidos com um corticoide intravenoso (diretamente na corrente sanguínea, diluído em soro). Após o surto, pode haver a regressão completa de sintomas, ou pode ficar alguma sequela. Após algum tempo que pode variar de dias a anos, pode acontecer um novo surto.

Na medicina convencional o único tratamento que existe é a imunomodelação com injeções ou medicação oral, de forma a manter o sistema imunitário pouco ativo, e assim tentar espaçar o tempo entre surtos. Sabe-se hoje em dia que a eficácia deste tipo de medicação é pouca, e grande parte dos pacientes sofre bastante com os efeitos secundários, sendo o mais frequente a síndrome gripal (febre e dores no corpo).

Contudo, na perspetiva mais natural, há tratamentos que cada vez mais vêm tendo resultados extremamente positivos. Há vários médicos e terapeutas a enveredar por uma resposta alternativa para os seus pacientes, ou até mesmo de forma complementar com a medicação química.

Numa doença autoimune um dos primeiros órgãos a tratar é o intestino, um dos órgãos mais importante no nosso organismo, mas infelizmente um do menos valorizado pela comunidade médica. O intestino será alvo de uma publicação, para se explorar o seu valor.

A vitamina D em altas doses tem sido igualmente utilizada com muito sucesso, mas com alguma precaução para evitar danos no organismo, como por exemplo nos rins. Além da vitamina D, outra suplementação é utilizada nos pacientes com EM.

Há várias vertentes que, a partir do momento do diagnóstico de EM, têm de ser tomadas em conta. Além de uma boa suplementação adequada a cada paciente, há hábitos de vida que têm de ser modificados. A alimentação é dos de maior importância, principalmente pela escolha de alimentos frescos e da época do ano em que nos encontramos. O exercício físico torna-se obrigatório, nem que sejam caminhadas, e sempre adequado às limitações e capacidades de cada um.

Sendo uma doença degenerativa, temos de perceber o porquê do seu aparecimento, qual a razão que o nosso corpo se quer autodestruir, e principalmente aceitá-la e saber gerir o dia-a-dia, mas acreditar que se consegue dar a volta e que amanhã vai ser um dia ainda mais maravilho que o de hoje!

Tenho vindo a desenvolver meios alternativos e complementares com vários pacientes, tendo resultados extremamente positivos em Esclerose Múltipla, mas também na mais variada panóplia de doenças agudas e crónicas (gastrites, artroses, ciatalgias, osteoporose, depressões, fibromialgia, etc.).

 

Sejam saudáveis e realizados!

Filipe Rocha

Trigo

 

“A minha torradinha de pão integral com margarina vegetal é excelente para a minha dieta!” Será mesmo?!

Querem outro alimento controverso?! Eis o senhor Trigo, o trigo moderno, o trigo anão desenvolvido a partir da pesquisa iniciada pelo Centro Internacional de Desenvolvimento de Milho e Trigo na década de 1940, no México, e pelo seu investigador Dr. Norman Borlaug. Estas investigações de hibridização (cruzamento de várias espécies de trigo) vieram criar diferentes variedades de trigo de alto rendimento, mais resistentes a pragas e a climas menos favoráveis ao seu crescimento, diminuindo então a carência de alimentos em regiões do mundo antigamente devastadas pela fome. O Dr. Borlaug até veio a ser laureado com o Prémio Nobel da Paz em 1970, além de outros galardões. Mas será que este trigo veio ser a salvação da Humanidade contra a fome?!

Já há registos com mais de 12 mil anos em que o trigo já fazia parte da alimentação dos humanos, e desde então tem passado por todas as culturas e impérios da história. Mas desde a modesta Espelta silvestre (Triticum spelta) que era cultivada nos primórdios da agricultura, passando pelo Farro (Triticum turgidum) que se cruzou naturalmente com o Triticum tauschii dando ao Trigo mais recente, o Triticum aestivum. Contudo, os trigos utilizados hoje em dia na indústria alimentar ainda resulta de cruzamentos deste trigo com outras espécies, criadas artificialmente pelas investigações do fim do século passado. Hoje em dia utiliza-se o Triticum durum para massas e o Triticum compactum para outros produtos alimentares (bolos, bolachas, etc.).

A Espelta tinha 14 genes, ao passo que o trigo moderno tem 42 genes. Esta carga genética a mais criou um trigo mais rico em hidratos de carbono, mas também com cadeias de proteína maiores, com quantidades de glúten superiores (hoje em dia já se sabe os graves problemas que o glúten provoca, mas isso será assunto para outra publicação). Além disso, o trigo atual, se não for devidamente adubado não consegue crescer naturalmente.

O trigo é composto por 70% de hidratos de carbono, e principalmente por um hidrato composto que se chama Amilopectina A, que assim que entra no nosso organismo é rapidamente transformado em glicose, elevando o valor da insulina de forma abrupta. É um dos alimentos que tem um Índice Glicémico (IG) mais elevado, ou seja, faz uma subida de insulina muito rápida e elevada. E esta subida de insulina depressa aparece, mas é de curta duração, após duas horas cai a pique, levando a uma sensação de fome mais rápida quando temos uma refeição essencialmente à base de trigo. E isto é válido para o trigo refinado ou para o trigo integral, ou seja, o pão branco ou o pão integral é praticamente igual. Daí ser desaconselhado o consumo de trigo aos diabéticos, contrariamente às atuais recomendações médicas.

Além do mais, o trigo é viciante. Quando é digerido, formam-se determinadas substancias que conseguem passar a barreira hemato-encefálica, uma barreira que protege o nosso cérebro contra substâncias nocivas ou tóxicas, e que se vão ligar aos mesmos receptores da morfina e dos opiáceos, causando o mesmo vício.

Em alguns estudos em hospitais psiquiátricos, pacientes com esquizofrenia a quem foram retirados os alimentos com trigo e outros cereais, melhoraram bastante, e voltaram a piorar após a reintrodução. Situação semelhante em crianças autistas e em outras perturbações do foro neurológico. Há mesmo um neurologista americano, o Dr. David Perlmutter, tem conseguido resultados excelentes no tratamento da Doença de Alzheimer com a modificação da alimentação nos seus pacientes, principalmente pela supressão do Trigo da alimentação, com os pacientes a readquirirem as suas capacidades cognitivas.

Para o intestino, o trigo é extremamente inflamatório, causando irritação da mucosa intestinal, agravando a maior parte das doenças intestinais (Doença de Crohn, Colite Ulcerosa, etc.). Essa inflamação irá refletir-se igualmente no resto do organismo.

A consumir algum tipo de cereal, podemos optar pela Espelta ou pelo Trigo-sarraceno, felizmente já disponíveis na maior parte das superfícies comerciais.

Então, ainda acha que a torradinha com a margarina vegetal (essa será também para outra publicação) é boa para a sua dieta?!

 

Sejam saudáveis e realizados!

Filipe Rocha

O Leite

Vamos lá falar de um alimento controverso, completamente posto de parte por muitas pessoas, adorado por outras. Um médico francês, o Dr. Henri Joyeux, até diz que começa a aparecer uma corrente de “lactoolicos”, os viciados no leite.

O melhor alimento que alguma vez poderemos ter na vida será o leite materno, daí a urgência, e quase obrigatoriedade, das mães amamentarem os bebés exclusivamente de leite materno até aos 6 meses. A partir daí até ao primeiro ano de vida seria o leite mais algumas sopas de legumes (ricas em fibras e minerais, como o tão desejado cálcio) e algumas papas ou sumos de frutos (que irão fornecer mais fibras e vitaminas).

Já há cerca de 3/4 anos que Universidade de Harvard retirou da dieta do adulto o leite e derivados, e há uma corrente de pediatras, cada vez maior, que também desaconselha o leite na alimentação dos bebés e crianças.

Toda a fêmea mamífera tem leite quando tem uma cria, e isto aplica-se às vacas que apenas têm leite enquanto amamentam o vitelo, e em liberdade, após o desmame, deixa de produzir leite. Hoje em dia, as vacas “leiteiras”, se for necessário por fins económicos, dá leite anos seguidos. É aproveitada logo após o parto, e ligada às máquinas de extracção do leite horas seguidas, e poucos meses após o parto, é fecundada novamente para se manter uma produção constante de leite.

Ora, a vaca por natureza não tem de produzir leite anos seguidos, pelo que a constante estimulação da glândula mamária provoca mastites (inflamações na mama), que por sua vez têm de ser tratadas com antibióticos (que passam para o leite). Além disso, o leite da vaca está carregado de hormonas, e principalmente dos chamados Fatores de Crescimento (GF – Growth Factor).

Estes Fatores de Crescimento são essenciais nos nossos primeiros anos de vida, mas não precisamos dos da vaca para nós. O leitei materno já nos fornece grande parte, e o nosso próprio organismo produz mais.

Em grande parte dos cancros hormono-dependentes (da mama, próstata, ovários, etc), estes Fatores de Crescimento só os vão alimentar, fazendo com que cresçam mais.

Grande parte das crianças já nasce com intolerância à lactose (o açúcar do leite), e os não nascem com essa intolerância por terem as bactérias intestinais necessárias para decomporem a lactose, vão perdendo essas bactérias ao longo da vida. Já se perguntou porque é que se sente inchado/a ou a digestão é mais lenta quando bebe leite? Pois essa é a razão, já não tem as bactérias necessárias para o digerir e o leite fica a fermentar no intestino provocando gases!

AH! E o cálcio?! Vou ficar com osteoporose!

Nada disso! Ainda vai ficar melhor! Já falei de um: os Brócolos. Mas a lista é imensa. Principalmente os vegetais de folha verde escura (as couves são excelentes), tofu, salmão e outros peixes gordos, amêndoas, soja, leguminosas… E pode-se até fazer uma suplementação com cálcio de coral, que já vem naturalmente enriquecido com oligoelementos (como o iodo) que promovem uma melhor absorção e fixação do cálcio.

O leite como sendo alergénio, vai causar inflamação no nosso organismo, pelo que pouco cálcio é absorvido, e o que é absorvido para a corrente sanguínea, fica quase todo nos rins e é eliminado na urina (isto quando não forma as “pedras” nos rins).

Vai um copinho de leite, ou nem por isso?!

 

Sejam saudáveis e realizados!

Filipe Rocha

Epigenética

“A minha avó e a minha mãe tiveram cancro da mama, o mais certo é que eu também venha a ter…” Este cada vez mais é um pensamento comum a várias mulheres.

Não só no cancro da mama, mas como noutros tipos de cancro, a “herança genética” é muitas vezes culpada pela maior parte das doenças mais graves, e mesmo de outras patologias crónicas.

Só porque o pai tem uma rinite alérgica, não implica que o filho também venha a ter a mesma condição.

Com o desenvolvimento da investigação científica, veio a descobrir-se que os nossos genes têm informação para tudo o que nos pode tornar doentes, mas têm igualmente a informação para nos tornar um ser humano saudável em sem qualquer problema de saúde.

Sabe-se hoje em dia que a nossa alimentação e o estilo de vida influência quase todos os problemas de saúde que possamos vir a desenvolver, pelo que quanto mais cedo tomarmos consciência do que podemos modificar e melhorar na nossa vida, mais depressa conseguimos atingir um estado pleno de saúde.

Há determinadas doenças, que só com uma pena mudança alimentar têm melhoras significativas.

Nós podemos controlar a evolução de praticamente todas as patologias.

Sim, é possível melhorar uma Psoríase e eliminar todas as lesões que aparecem na pele.

Sim, é possível travar a evolução de uma artrite reumatoide e toda a sua sintomatologia dolorosa e de deformação articular.

Sim, é possível evitar a diabetes e retomar a valores normais de glicose no sangue, mesmo tendo um historial familiar que indique o contrário.

Sim, é possível ser saudável! Nos temos o livro genético completo, o bom e o mau, mas podemos escolher quais as páginas e capítulos que vamos ler durante a nossa vida! Isto é possível com mudanças alimentares, com um novo estilo de vida, com determinados suplementos, e principalmente, com uma nova motivação!

Vamos todos ler as partes boas da nossa maravilhosa herança genética?!

Sejam saudáveis e realizados!
Filipe Rocha