E se eu lhe disser que ter um colesterol “elevado” não indica um risco cardiovascular?! E se eu lhe disser que ter um colesterol baixo, aumenta o risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer?! E se eu lhe disser que a estatina (medicamento para baixar o colesterol) lhe aumenta o risco de enfarte e lhe ataca o fígado?! Não acredita?! Este é outro dos artigos com ligações para diversas entidades oficiais para não pensarem que inventei o que digo.
O colesterol foi isolado e identificado pela primeira vez em 1758 em pedras da vesícula, pelo Dr. François Poulletier de la Salle (Médico e Químico), e trata-se de um álcool que todos nós possuímos. Temos entre 35g a 40g, diariamente o nosso fígado produz cerca de 1 g, está maioritariamente presente nas membranas celulares, mas também se encontra nos mais variados tecidos do nosso corpo. A produção endógena (pelo fígado) conta com 70% do total existente, e apenas 30% que obtemos pela alimentação.
Assim já podemos ver que se temos colesterol “elevado”, a culpa maior não será da alimentação! Tenho colocado o “elevado “ entre aspas já que na verdade o que é chamado de colesterol elevado é puro engano!
A história dos níveis “elevados “ de colesterol começou na década de 50 do século passado, com o desenvolvimento de novos métodos de análise das lipoproteínas pelo Professor John Gofman, da Universidade da Califórnia em Berkeley, chegando a conclusões que os níveis mais elevados de LDL (“mau colesterol”) estavam presentes em pacientes com enfartes, enquanto o risco era menos em pacientes com níveis elevados de HDL (“colesterol bom”). Poucos anos mais tarde, o Dr. Ancel Keys da Universidade do Minnesota publicou um artigo que afirmava sem qualquer dúvida que os níveis altos de colesterol eram a causa das doenças cardiovasculares! (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3108295/).
O colesterol é de extrema importância no metabolismo das vitaminas lipossolúveis, entre as quais a vitamina A, D, E e K. Ele é o percursor da vitamina D, e já vimos no artigo da Vitamina D a sua real importância. Se pela exposição solar esta já é deficiente, se não temos colesterol nas quantidades adequadas, a carência desta vitamina ainda se torna mais gritante!
Estudos mostram que baixos níveis de colesterol, reduzidos com ou sem recurso a estatinas, reduzem os retores de serotonina (a “hormona do bem-estar”) ao nível cerebral, levando a estados depressivos, comportamentos violentos e tendências suicidas (http://medind.nic.in/jal/t13/i4/jalt13i4p339.pdf e http://www.ijnpnd.com/article.asp?issn=2231-0738;year=2014;volume=4;issue=1;spage=69;epage=73;aulast=Thomas).
Outros estudos recentes demonstram igualmente que a utilização de estatinas, a tal “pílula mágica” para baixar o colesterol, tem aumentado o risco dos pacientes desenvolverem a Doença de Parkinson, ao contrário do que era alegado, aumentam também o risco de desenvolvimento de Diabetes (http://www.express.co.uk/life-style/health/562600/Parkinsons-link-statins-mass-use-drug-risk-thousands-developing-nerve-disease e http://www.medicaldaily.com/common-cholesterol-drugs-may-not-lower-risk-parkinsons-disease-evidence-behind-323126).
O malfadado LDL, chamado de “mau”, não passa de uma lipoproteína de transporte, que tem como função pegar no colesterol bom e levá-lo ao cérebro, onde terá funções muito importantes, como já referi anteriormente, implica na proteção contra o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. Mas atenção, a partir do momento que começamos a ingerir muitas gorduras trans, explicadas noutro artigo, o LDL oxida, e aí sim, torna-se prejudicial.
Já num estudo de 1992 (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1503812), os investigadores indicam que níveis baixos de colesterol podem potenciar o desenvolvimento de cancro! Possivelmente na relação de colesterol-produção de vitamina D, e o seu efeito protetor contra tumores, como expliquei no artigo da vitamina D.
Cada vez mais os clínicos e investigadores concordam que pegar isoladamente nos valores de colesterol para avaliar os riscos cardiovasculares torna-se insuficiente (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8749272), até porque 75% dos pacientes com doenças cardíacas têm valores de LDL dentro dos limites (http://newsroom.ucla.edu/releases/majority-of-hospitalized-heart-75668).
Voltando às “maravilhosas” estatinas, a sua toma vai interferir com a produção de Coenzima Q10, extremamente importante para a prevenção de problemas cardiovasculares, musculares, Doença de Parkinson, e igualmente indicada na ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), cancro, diabetes, etc. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ubiquinona). A Q10 tem igualmente um efeito protetor das células do fígado. A Farmacêutica Merck tem a patente de um medicamento que associa a estatina à coenzima Q10 (http://www.functionalmedicineuniversity.com/statin-CoQ10.pdf), desde 1990, mas não lança este medicamento!
Será que não há interesse em admitir que as estatinas são assim tão prejudiciais?! Realmente há necessidade de baixar os níveis de colesterol com estas evidências todas?! Querem as farmacêuticas perder um negócio de milhões e milhões com a venda de um medicamento (as estatinas) que só prejudica os pacientes?! Informem-se, leiam, questionem os vossos médicos, eles próprios iludidos pela indústria farmacêutica.
E não vão na conversa das margarinas que baixam o colesterol! Já expliquei que não funcionam assim no artigo das margarinas e da manteiga.
Nos meus pacientes sempre que os valores de colesterol superam um pouco os 200 mg/dL, até aos 240 mg/dL, não me preocupo, explico-lhes a verdade, que estão bem, que estão protegidos contra os que eles estão realmente preocupados.
Sejam saudáveis e realizados!
Filipe Rocha